Américo Ferreira de Almeida. REFORMADOR, Carnaval, 1º de março de 1933, p. 126.
A supressão do carnaval, festa puramente pagã em uma sociedade que se diz cristã, parece impossível porque a ignorância e a inconsciência sentem prazer em aumentar a corrupção social.
O carnaval é o esquecimento dos deveres impostos pela pureza de costumes;
é a perda de compostura dos seres civilizados, que procuram a ruína e a morte
em dias e noites de loucuras.
Nesses dias de efêmero prazer, “a razão se turba, as paixões se
despertam, todos os sentimentos nobres adormecem”; despreza-se a moral em que
se funda a doutrina do Cristo.
É a época em que as pessoas se mascaram para se desmascarar, isto
é, para mostrarem aquilo que realmente são: - homens e mulheres de caráter
putrefato.
É, pois, um dever
inalienável de todo homem que deseja ser honesto perante Deus, trabalhar por
banir de nosso meio a festa que tem conduzido muitas pessoas à desgraça ou ao
vício; festa contrária à moral, aos bons costumes; festa que só nos dá a prova
de nossa fraqueza moral; festa que tem arruinado muitos homens, desfeito muitos
lares, sacrificado muito honra, jogando as vítimas no lodaçal dos vícios.
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