A palestra de abertura, que tem como título o próprio tema do ECOAR (A vida no mundo espiritual),
ficará a cargo de JOÃO RABELO, diretor da Federação Espírita Brasileira,
foi o coordenador geral do último Congresso Espírita Brasileiro (2010). Suas exposições
são bastante instrutivas, ricas de relatos e histórias interessantes.
Anote na Agenda:
- 9 de Fevereiro de 2013, sábado, às
19h30.
- Grupo de Assistência Espiritual
Eurípedes Barsanulfo - GAEEB.Setor D sul, Área especial 18 –
Taguatinga-DF. Auditório Raphael Thoms.
Em Os Mensageiros, no capítulo
homônimo ao do título deste artigo, encontramos D. Isabel, viúva e mãe muito
devotada, em reunião com seus três filhos, para a realização do Culto no Lar.
A reunião inicia-se com a prece da pequena Neli (9 anos).
A presença de trabalhadores invisíveis não se fez esperar.
Cumpre acrescentar que aquele lar representava uma das Oficinas da
colônia espiritual de Nosso Lar na cidade do Rio de Janeiro.
Joaninha, a filha mais velha, fez a primeira leitura, com base em obra
doutrinária. Em seguida, leu notícia de um episódio triste, do noticiário
comum, relativo a um suicídio.
Vencida essa etapa, D. Isabel abre o Novo Testamento, lendo o capítulo
13, versículo 31, do Evangelho de São Mateus: “Outra parábola lhes propôs,
dizendo: - O Reino dos Céus é semelhante ao grão de mostarda que o homem tomou
e semeou no seu campo.”
A breve lição encerrava ensinamento profundo. Inspirada pelo amigo
espiritual Fábio Aleto, D. Isabel realiza a interpretação espiritual da
passagem lida.
Primeiro, a matriarca elucida o caso da jovem suicida, destacando que “ninguém
comete erros por amar verdadeiramente”. Sua entrega a paixões que rebaixam os sentimentos
foi a causa de sua partida precoce. Pelo exemplo, D. Isabel ensina a seus
filhos a ajudarem a jovem desencarnada: “Lembremos,
todavia, essa amiga desconhecida, com um pensamento de simpatia fraternal. Que
Jesus a proteja nos caminhos novos. Não estamos examinando um ato, que ao
Senhor compete julgar, mas um fato, de cuja expressão devemos extrair o
ensinamento justo.”
Novas luzes são lançadas na
interpretação do trecho evangélico. Deixaremos aqui para nossa reflexão nesse início de semana:
A mensagem evangélica desta noite assevera, pela palavra do nosso Divino
Mestre aos discípulos, que o reino dos céus é também “semelhante ao grão de
mostarda que o homem tomou e semeou no seu coração”. Devemos ver, neste passo,
meus filhos, a lição das coisas mínimas. A esfera carnal onde vivemos está repleta
de irreflexões de toda sorte. Raras criaturas começam a refletir seriamente na
vida e nos deveres, antes do leito da morte física. Não devemos fixar o
pensamento tão só nessa jovem que se suicidou em condições tão dramáticas, ao
nos referirmos aos ensinos de agora. Há homens e mulheres, com maiores
responsabilidades, em todos os bairros, que evidenciam paixões nefastas e destruidoras
no campo dos sentimentos, dos negócios, das relações sociais. As mentes
desequilibradas pela irreflexão permanecem, neste mundo, quase por toda a
parte. É que nos temos descuidado das coisas pequeninas. Grande é o oceano,
minúscula é a gota, mas o oceano não é senão a massa das gotas reunidas. Fala-nos
o Mestre, em divino simbolismo, da semente de mostarda. Recordemos que o campo
do nosso coração está cheio de ervas espinhosas, demorando, talvez, há muitos
séculos, em terrível esterilidade. Naturalmente, não deveremos esperar
colheitas milagrosas. É indispensável amanhar a terra e cuidar do plantio. A semente
de mostarda, a que se refere Jesus, constitui o gesto, a palavra, o pensamento
da criatura.
[...]
Toda vez que ‘pegarmos’ desses grãos, consoante a Palavra Divina,
semeando-os no campo íntimo, receberemos do Senhor todo o auxilio necessário.
Conceder-nos-á a chuva das bênçãos, o sol do amor eterno, a vitalidade sublime
da esfera superior. Nossa semeadura crescerá e, em breve tempo, atingiremos
elevadas edificações. Aprendamos, meus filhos, a ciência de começar, lembrando
a bondade de Jesus a cada instante. O Mestre não nos desampara, segue-nos
amorosamente, inspira-nos o coração. Tenhamos, sobretudo, confiança e alegria!”
ANDRÉ LUIZ (Espírito); CHICO XAVIER (Médium). Os Mensageiros. Rio de Janeiro: FEB, 1944. Cap. 35 – Culto Doméstico.
“[Instrutor Alexandre:] A primeira
instituição visível do Cristianismo foi o lar pobre de Simão Pedro, em
Cafarnaum. Uma das primeiras manifestações de Nosso Senhor, diante do povo, foi
a multiplicação das alegrias familiares, numa festa de núpcias em pleno
aconchego do lar. Muitas vezes visitou Jesus
as casas residenciais de pecadores confessos, acendendo novas luzes nos
corações. A última reunião com os
discípulos verificou-se no cenáculo doméstico. O primeiro núcleo de serviço cristão em Jerusalém foi ainda a moradia
simples de Pedro, então transformado em baluarte inexpugnável da nova fé.
Inegavelmente, todo templo de pedra, dignamente superintendido, funciona qual
farol no seio das sombras, indicando os caminhos retos aos navegantes do mundo,
mas não podemos esquecer que o movimento vital das idéias e realizações
baseia-se na igreja viva do espírito,
no coração do povo de Deus. Sem adesão do sentimento popular, na esfera da
crença vivida no âmago de cada um, qualquer manifestação religiosa reduz-se a
mero culto externo. Por isso mesmo. André, no futuro da Humanidade, os templos materiais do Cristianismo estarão
transformados em igrejas-escolas, igrejas-orfanatos, igrejas-hospitais, onde
não somente o sacerdote da fé veicule a palavra de interpretação, mas onde a criança encontre arrimo e
esclarecimento, o jovem a preparação
necessária para as realizações dignas do caráter e do sentimento, o doente o remédio salutar, o ignorante a luz, o velho o amparo e a esperança. O Espiritismo evangélico é também o grande restaurador das antigas igrejas
apostólicas, amorosas e trabalhadoras. Seus intérpretes fiéis serão auxiliares
preciosos na transformação dos parlamentos teológicos em academias de
espiritualidade, das catedrais de pedra em lares acolhedores de Jesus.”
ANDRÉ LUIZ (Espírito); CHICO XAVIER (Médium). Missionários da Luz. Rio de Janeiro: FEB, 1945. Cap. 8 – No plano
dos sonhos.
Colaborar na
cristianização da arte, sempre que se lhe apresentar ocasião.
A arte deve ser
o Belo criando o Bom.
Repelir, sem
crítica azeda, as expressões artísticas torturadas que exaltem a animalidade ou
a extravagância.
O trabalho
artístico que trai a Natureza nega a si próprio.
Burilar
incansavelmente as obras artísticas de qualquer gênero.
Melhoria
buscada, perfeição entrevista.
Preferir as
composições artísticas de feitura espírita integral, preservando-se a pureza
doutrinária.
A arte
enobrecida estende o poder do amor.
Examinar com
antecedência as apresentações artísticas para as reuniões festivas nos arraiais
espíritas, dosando-as e localizando-as segundo as condições das assembleias a
que se destinem.
A apresentação
artística é como o ensinamento: deve observar condições e lugar.
“E
a paz de Deus, que excede todo entendimento, guardará os vossos corações e os
vossossentimentos
em Cristo Jesus.” — Paulo. (FILIPENSES,
4:7.)
ANDRÉ LUIZ (Espírito); CHICO XAVIER (Médium). Conduta espírita. Rio de Janeiro: FEB.
[1960]
Em palestra proferida
na “Semana Espírita da União Espírita Mineira de 2012”, o orador espírita Haroldo Dutra Dias aborda um tema
específico da Série André Luiz: a
conexão entre o mundo físico e o espiritual. Concentra-se, para tanto, no
prefácio de Emmanuel a No Mundo Maior (1947).
Como sabemos, a viagem reencarnatória está prenhe do
mistério sobre o tempo de nosso retorno à pátria espiritual, o que aumenta nossa
responsabilidade no que tange às ações para o cumprimento de nossa missão na
Terra.
Haroldo comenta
que, infelizmente, temos por hábito
refletir sobre a morte somente quando ela entra em nosso círculo familiar
ou no círculo estreito de nossas relações.
A cada segundo,
espíritos de diferentes localidades terrestres passam para o plano invisível. A
grande maioria, como enfatiza Emmanuel, constitui-se de “menores de espírito”.
Os espíritos que
reencarnam na Terra ainda estão fazendo o
percurso da animalidade para a
condição de humanidade. Em outras
palavras, “não chegamos a ser humanos por completo.”
A Providência
não exige muito de cada um de nós. Não reclama a angelitude, como muitos pensam, porquanto reconhece nosso real
estágio evolutivo.
Parte dos
desvios morais e da falta de rumos existenciais deve-se à acomodação, à perda da
vontade de viver e buscar a reformulação espiritual a todo tempo. “Navegamos
sem rota”, elucida Haroldo.
Esse quadro se
agrava com o materialismo, em
particular na crença de que tudo se encerra com o túmulo – daí o cultivo
imprudente do hedonismo, da satisfação de prazeres sem-conta. A criatura fica à deriva.
“A desencarnação não tem o condão de nos melhorar”, afirma Haroldo. Sim, porque a simples
passagem à condição de espírito desencarnado não anula nossa personalidade,
incluindo acertos e desacertos. Continuamos os mesmos, a não ser que façamos o
esforço para o melhoramento.
Importa, então,
a evolução consciente. Nosso desafio
na Doutrina Espírita é encontrar o objetivo reencarnatório, compreendendo de
maneira larga as razões para vivermos nas circunstâncias em que estamos. A obra
de André Luiz posiciona-se no centro desse tema.
Após essa brevíssima
introdução, assista à palestra na íntegra: