terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Ansiedade

"Não se deixando vitimar pela rotina, o homem tende, às vezes, a assumir  um comportamento ansioso que o desgasta, dando origem a processos enfermiços que o consomem.

"A ansiedade é uma das características mais habituais da conduta contemporânea.

"Impulsionado ao competitivismo da sobrevivência e esmagado pelos fatores constringentes de uma sociedade eticamente egoísta, predomina a insegurança no mundo emocional das criaturas.

(...)

"A ansiedade tem manifestações e limites naturais, perfeitamente aceitáveis. Quando se aguarda uma notícia, uma presença, uma resposta, uma conclusão, é perfeitamente compreensível uma atitude de equilibrada expectativa.

"Ao extrapolar para os distúrbios respiratórios, o colapso periférico, a sudorese, a perturbação gástrica, a insônia, o clima de ansiedade torna­-se um estado  patológico a caminho da somatização física em graves danos para a vida.

"O grande desafio contemporâneo para o homem é o seu autodescobrimento. Não apenas identificação das suas necessidades, mas, principalmente, da sua realidade emocional, das suas aspirações legítimas e reações diante das ocorrências do cotidiano.

"Mediante o aprofundamento das descobertas íntimas, altera-­se a escala de valores e surgem novos significados para a sua luta, que contribuem para a tranquilidade e a autoconfiança.

(...)

"São válidas, para este momento de ansiedade, de insatisfação, de tormento, as lições do Cristo sobre o amor ao próximo, a solidariedade fraternal, a compaixão, ao lado da oração, geradora de energias otimistas e da fé, propiciadora de equilíbrio e paz, para uma vida realmente feliz, que baste ao homem conforme se apresente, sem as disputas conflitantes do passado, nem a acomodação coletivista do presente."


Joanna de Ângelis (Espírito). O homem integral. Psicografia de Divaldo Pereira Franco. Salvador (BA): LEAL, 1990. Cap. 3 – Ansiedade.

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