"Não se deixando vitimar pela rotina, o homem tende, às vezes, a
assumir um comportamento ansioso que o desgasta, dando origem a processos
enfermiços que o consomem.
"A ansiedade é uma das características mais habituais da conduta contemporânea.
"Impulsionado ao competitivismo da sobrevivência e esmagado pelos
fatores constringentes de uma sociedade eticamente egoísta, predomina a
insegurança no mundo emocional das criaturas.
(...)
"A ansiedade tem manifestações e limites naturais, perfeitamente
aceitáveis. Quando se aguarda uma notícia, uma presença, uma resposta, uma
conclusão, é perfeitamente compreensível uma atitude de equilibrada
expectativa.
"Ao extrapolar para os distúrbios respiratórios, o colapso
periférico, a sudorese, a perturbação gástrica, a insônia, o clima de ansiedade
torna-se um estado patológico a caminho da somatização física em graves
danos para a vida.
"O grande desafio contemporâneo para o homem é o
seu autodescobrimento. Não apenas identificação das suas necessidades,
mas, principalmente, da sua realidade emocional, das suas aspirações legítimas
e reações diante das ocorrências do cotidiano.
"Mediante o aprofundamento das descobertas íntimas, altera-se a
escala de valores e surgem novos significados para a sua luta, que contribuem
para a tranquilidade e a autoconfiança.
(...)
"São válidas, para este momento de ansiedade, de insatisfação, de
tormento, as lições do Cristo sobre o amor ao próximo, a solidariedade
fraternal, a compaixão, ao lado da oração, geradora de energias otimistas e da
fé, propiciadora de equilíbrio e paz, para uma vida realmente feliz, que
baste ao homem conforme se apresente, sem as disputas conflitantes do passado,
nem a acomodação coletivista do presente."
Joanna de Ângelis (Espírito). O homem integral. Psicografia de Divaldo
Pereira Franco. Salvador (BA): LEAL, 1990. Cap. 3 – Ansiedade.
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